Com o zika se espalhando cada vez mais rápido, e novas pesquisas mostrando cada vez mais efeitos do vírus, muitas mulheres grávidas estão se perguntando que opções têm quando se trata de gravidez. Agora, no que diz respeito ao Brasil, parece que muitas dessas mulheres podem ter outras opções. O Procurador-Geral do Brasil, o país com o maior número de casos de zika no mundo, pediu ao Supremo Tribunal do país que permita abortos a mulheres grávidas infectadas com zika no Brasil, segundo o Wall Street Journal.
As atuais leis de aborto do Brasil são muito restritivas, exacerbando os desafios criados pelo zika. Uma mulher considerada culpada de aborto pode ser punida com até três anos de prisão e quase não há exceções à lei, de acordo com o New York Times.
O debate sobre se deve permitir exceções para os infectados com o zika está em andamento. Diante de um esforço para afrouxar as leis sobre o aborto em fevereiro, os legisladores no Brasil realmente avançaram na direção oposta e propuseram legislação que aumentaria o tempo de prisão para mulheres e médicos envolvidos em abortos, de acordo com o ThinkProgress. Esses legisladores conservadores, juntamente com os líderes católicos, sustentaram que a presença do vírus Zika e possíveis defeitos congênitos não afetam o direito à vida do bebê. No entanto, pesquisas mostraram que o zika é uma "ameaça neurológica séria" e está ligada à microcefalia, distúrbio autoimune Guillain-Barre e inflamação do cérebro e da medula espinhal, de acordo com o Atlântico.
Mas aqueles que apóiam o direito de escolha de uma mulher têm um raciocínio diferente. Autoridades e ativistas das Nações Unidas em todo o mundo disseram que um aumento de infecções por zika entre mulheres grávidas levará a um aumento de abortos clandestinos e inseguros, segundo o Chicago Tribune. Devido aos inúmeros possíveis defeitos congênitos relacionados ao vírus zika, autoridades de direitos humanos das Nações Unidas disseram que a consequência de não permitir o aborto para mulheres infectadas seria perigosa.
O procurador-geral Rodrigo Janot concorda. Em sua proposta ao tribunal, Janot escreveu que forçar as mulheres a continuar a gravidez depois de saber que foram infectadas pelo zika violaria sua autonomia reprodutiva e as sujeitaria a "tortura emocional e psicológica". Janot também sugeriu que as mulheres em risco recebessem contraceptivos gratuitos e repelem os mosquitos.
Não está claro agora a rapidez com que o tribunal responderá ao pedido de Janot, ou se oficiais do governo e do governo apoiarão o novo impulso por leis menos restritivas depois de divididos por meses, segundo o The Guardian. Independentemente disso, é ótimo que o assunto esteja recebendo a atenção de um funcionário de alto nível como Janot. E, esperançosamente, mais autoridades no Brasil considerarão dar às mulheres o direito de escolher depois de ouvir o que Janot tinha a dizer. Mais do que tudo, as mulheres merecem ter a oportunidade de fazer uma escolha sobre seus corpos e seus futuros.