Durante o dia-a-dia, a maioria de nós vive com nossos telefones celulares perpetuamente ao seu alcance: procure no Google um local para o almoço, faça uma ligação ou navegue pelo Instagram. Mas os cientistas estão alertando que o aumento do uso de telefones celulares pode causar ansiedade e depressão, e o número de estudos que ligam o uso da tecnologia à saúde mental está aumentando.
Nancy Cheever, pesquisadora da California State University, montou recentemente uma versão menor de seu experimento de pesquisa no ar na ABC News, mostrando aos espectadores em questão de minutos a quantidade de estresse que nossos telefones causam. Cheever montou vários voluntários com equipamentos para monitorar seus níveis de ansiedade e estresse, depois tirou seus telefones deles, fingindo que os sinais poderiam interferir no equipamento.
Cheever, então, pediu aos assistentes que enviassem mensagens para os telefones, que estavam fora de alcance, e os níveis de estresse dos participantes aumentaram. É o mesmo resultado que Cheever obteve durante seu estudo original em 2014, quando descobriu que os usuários frequentes de celulares sofriam de ansiedade quando separados de seus telefones.
Outro estudo, publicado no início deste mês no Child Development, descobriu que o uso noturno de telefones celulares por adolescentes estava associado a níveis aumentados de ansiedade e depressão, além de níveis mais baixos de auto-estima. E o problema, dizem os especialistas, não se limita apenas aos adolescentes: a psicóloga Lisa Damour disse à CBS News que o problema afeta quem usa tecnologia.
"Todo mundo precisa de toque de recolher eletrônico e acho que podemos dizer apenas que são regras universais", disse Damour à CBS News. "Temos que ser bons com nossos próprios telefones, nossa própria tecnologia e nosso próprio sono".
Segundo os pesquisadores, o que está acontecendo é que estamos associando a onda de dopamina que recebemos das mídias sociais e da tecnologia com a felicidade - mas essa onda de curta duração nos envia a um ciclo de feedback negativo, onde nos tornamos dependentes de verificar constantemente nossos telefones.
"A maneira como estamos vivendo não serve realmente ao nosso bem-estar mais profundo", disse a psicoterapeuta Nancy Colier à ABC News. "Toda essa atenção à tecnologia, à mente e aos pensamentos está custando muito para os outros aspectos do que … os seres humanos precisam para se sentir bem".
Então, qual é a alternativa? É simples, mas difícil de fazer: verifique menos seu telefone. De acordo com um estudo da Deloitte, o americano médio checa seu telefone 47 vezes por dia. Cerca da metade dos entrevistados incluídos no estudo da Deloitte checou o telefone no meio da noite e 30% usaram o telefone antes de ir para a cama.
Está ficando cada vez mais difícil ignorar a conexão entre o uso frequente de telefones celulares e a saúde mental, por isso vale a pena abandonar seu hábito nas mídias sociais. Você pode começar mantendo o telefone fora do quarto, desativando as notificações e reservando um tempo sem telefone (ou, alternativamente, porções de tempo em que pode verificar o telefone). E à medida que seus filhos crescem, considere implementar alguns limites de tecnologia para eles também.