Algumas das pessoas mais influentes na vida de uma criança são aquelas que cuidam delas e as criam para causar impacto nas gerações futuras. Agora, à medida que mais pesquisas científicas mostram quão profunda é realmente a conexão entre pais e filhos, um novo estudo afirma que o divórcio e a morte podem afetar os hábitos de beber e fumar das crianças mais tarde na vida. A pesquisa mostra que esse perigoso comportamento infantil está ligado ao fato de um pai estar ausente da vida de uma criança no início da vida, independentemente da causa.
Um novo estudo publicado na segunda-feira na revista Archives of Disease in Childhood descobriu que crianças que perderam pai ou mãe no início da vida eram mais propensas a fumar e beber antes de atingirem a adolescência.
A pesquisa - que foi realizada em famílias inglesas com quase 19.000 crianças coletivamente, todas nascidas entre 2000 e 2002 - descobriu que esse comportamento era mais provável de ocorrer se a ausência dos pais acontecesse quando os filhos chegassem aos 7 anos de idade. Se a ausência dos pais ocorreu antes dos sete anos, a criança tinha duas vezes mais chances de fumar e beber aos 11 anos de idade.
"Sabemos de pesquisas anteriores que as pessoas podem adotar comportamentos de saúde arriscados como estratégia de enfrentamento ou como forma de automedicação, para ajudá-las a lidar com situações estressantes", disse à CNN Rebecca Lacey, autora do estudo.
O estudo explica que esses comportamentos de enfrentamento estão associados às reações químicas que ocorrem quando você fuma e bebe álcool.
"Associações entre ausência dos pais e tabagismo precoce e consumo de álcool podem operar por meio de uma série de mecanismos, como supervisão dos pais reduzida, automedicação e adoção de mecanismos de enfrentamento menos saudáveis", escreveram os pesquisadores no estudo. "Por exemplo, a nicotina em particular demonstra propriedades psicoativas e pode trazer benefícios para a regulação do humor".
Embora este estudo não pretenda chegar a nenhuma conclusão firme, uma vez que a pesquisa foi conduzida apenas como um estudo observacional, os pesquisadores observam que suas descobertas apóiam outros estudos que foram feitos sobre assuntos semelhantes. "Os comportamentos de saúde estabelecidos mais cedo na vida são conhecidos por acompanhar a vida adulta", escreveram os autores no estudo.
Lacey disse à CNN que prestar assistência precoce e apoio a crianças com pais ausentes pode ajudar a evitar esse tipo de comportamento. Isso pode ser feito simplesmente dando muitos abraços, deixando-os falar sobre como se sentem em relação à ausência de seus pais e dando-lhes uma saída para expressar sua dor quando necessário.
Não é segredo que a morte e o divórcio são difíceis para uma criança em qualquer idade, mas este estudo fornece algumas dicas que podem ajudar os pais e responsáveis a intervir para garantir que seus filhos lidem de maneira saudável em momentos difíceis.