Depois que o diretor do FBI James Comey enviou uma carta ao Congresso afirmando que sua organização havia descoberto novos e-mails que poderiam se relacionar com a investigação do servidor de e-mail da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, os democratas estão acusando o diretor de interferir nas eleições presidenciais. Alguns chegam a acusar Donald Trump de pagar suborno a James Comey, embora pareça não haver evidências disso. Tanto a campanha do FBI quanto a de Trump não retornaram imediatamente pedidos de comentários.
A decisão de um agente da lei de comentar publicamente um candidato à presidência não tem precedentes, e o The Boston Globe se referiu ao anúncio de Comey como uma "tábua de salvação de última hora" para Trump. A campanha de Clinton pediu que o FBI compartilhasse os detalhes das novas evidências em potencial, já que a imprecisão de Comey levou a especulações infundadas contra Clinton apenas alguns dias antes do fim das eleições. A Coalizão Democrática Contra Trump, um comitê de ação política, apresentou uma queixa contra Comey ao Departamento de Justiça, chamando seu anúncio de "um ataque óbvio de um republicano ao longo da vida" para minar a campanha de Clinton. Políticos de ambos os lados do corredor criticaram a decisão de Comey; até Newt Gingrich concorda com a afirmação de Clinton de que os e-mails em questão devem ser divulgados.
Os e-mails foram descobertos pelo FBI durante uma investigação sobre alegações de que o ex-congressista Anthony Weiner enviou mensagens de texto inapropriadas para uma garota menor de idade. (Os representantes de Weiner não responderam aos pedidos de comentário de Romper. O próprio Weiner não pôde ser encontrado.) Uma fonte próxima ao caso disse à Newsweek que os e-mails foram encontrados em um laptop que Weiner compartilhou com sua esposa agora afastada, assessora de Clinton Huma Abedin, e não eram de ou para a própria Clinton. A fonte também afirmou que os e-mails não sugerem que nenhuma atividade ilegal tenha sido cometida por Clinton. A carta de Comey ao Congresso, no entanto, afirma que as mensagens "parecem ser pertinentes à investigação", embora "o FBI ainda não possa avaliar se esse material pode ou não ser significativo".
Os críticos também acusaram Comey de ignorar ou até encobrir os laços entre a campanha de Trump e o governo russo, que se acredita estar por trás dos recentes ataques do Comitê Nacional Democrata e do presidente da campanha de Clinton, John Podesta. Em uma carta a Comey, o líder da minoria do Senado Harry Reid afirmou que Comey possui "informações explosivas sobre laços estreitos e coordenação entre Donald Trump, seus principais assessores e o governo russo", segundo o USA Today, embora Trump negue esses laços, e até nega que a Rússia esteja envolvida com o hack, embora as autoridades de inteligência dos EUA digam o contrário. O FBI está investigando as acusações, de acordo com a CNN, mas Comey se recusou a comentar publicamente a investigação de Trump, uma cortesia que ele estranhamente não concedeu a Clinton.