A trama do mistério de roubo de armas de Ryan Lochte ficou mais intensa depois que as autoridades brasileiras realizaram uma entrevista coletiva na tarde de quinta-feira para revelar ainda mais fatos sobre o caso. A polícia do Rio está dizendo agora que Lochte e os outros três nadadores olímpicos americanos que anteriormente alegaram ter sido roubados com uma arma no domingo estavam supostamente mentindo sobre o incidente. A investigação ainda está em andamento e Lochte está de volta em solo americano. Isso levanta a questão: o que acontece se ele mentiu? Lochte poderia enfrentar a pena de prisão por enganar as autoridades? A resposta é complicada.
Se, de fato, Ryan Lochte e seus colegas do Team USA mentissem sobre o assalto, o grupo tecnicamente poderia enfrentar o tempo atrás das grades. A apresentação de um relatório policial falso é uma contravenção punível pela lei brasileira. De acordo com o Título da parte especial 11, capítulo 3, artigo 340 do Código Penal do Brasil, uma pessoa está sujeita a um período de detenção de um a seis meses por relatar um crime que nunca ocorreu.
Outra cláusula do Código Penal do Brasil afirma que fazer uma declaração falsa ou negar a verdade como testemunha em processos judiciais ou em uma investigação policial pode ser punida por um a três anos em detenção. Os quatro nadadores americanos podem potencialmente enfrentar o sistema de justiça brasileiro por supostamente violar essas leis.
Gunnar Bentz e Jack Conger, dois dos nadadores envolvidos no incidente, disseram à polícia que a história foi fabricada por Lochte depois que o grupo causou danos a um banheiro de posto de gasolina. A polícia brasileira recomendou que Lochte e Jimmy Feigen sejam indiciados sob a acusação de relatar falsamente um crime. Agora cabe aos promotores decidir se devem ou não agir de acordo com a recomendação da polícia. Esse passo ainda não havia sido dado na noite de quinta-feira.
O advogado de Lochte não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
É aqui que as coisas começam a ficar complicadas. Se os promotores decidirem indiciar Lochte, ele teria que ser extraditado. Lochte voltou para os Estados Unidos dias antes de os tribunais brasileiros ordenarem que seu passaporte fosse apreendido. Para serem extraditadas, as autoridades americanas teriam que entregar Lochte às autoridades brasileiras no Rio. Lochte e Feigen seriam indiciados por arquivar uma denúncia falsa, que não é uma ofensa reconhecida nos termos do tratado aplicável entre o Brasil e os Estados Unidos que estaria sujeita a extradição. Crimes mais graves, como assassinato e estupro, seriam aplicáveis à extradição.
Lochte continua mantendo sua inocência, à medida que os eventos no Rio continuam se desenrolando. O tempo dirá como será a situação e quais serão as verdadeiras consequências para os nadadores da equipe dos EUA.